Homens têm maior risco de Parkinson e podemos finalmente saber o porquê
A doença de Parkinson, uma doença neurodegenerativa progressiva, afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Há muito se observa que os homens têm maior probabilidade de desenvolver a doença de Parkinson do que as mulheres, mas a razão por trás dessa disparidade permaneceu um mistério. Agora, novas pesquisas lançaram luz sobre os mecanismos celulares subjacentes que podem explicar o aumento da suscetibilidade dos homens à doença de Parkinson.

O estudo, publicado em uma revista científica de renome, concentrou-se no papel das mitocôndrias, as usinas de força das células, no desenvolvimento da doença de Parkinson. As mitocôndrias são responsáveis por produzir energia para as células, e a disfunção mitocondrial tem sido implicada na patogênese da doença de Parkinson.
Os pesquisadores descobriram que as células neuronais derivadas de homens apresentavam maior suscetibilidade ao estresse mitocondrial em comparação com as células derivadas de mulheres. Especificamente, eles observaram que as células masculinas tinham níveis mais baixos de uma proteína chamada PINK1, que desempenha um papel crucial na manutenção da saúde mitocondrial. A PINK1 ajuda a remover as mitocôndrias danificadas, impedindo-as de se acumularem e causarem danos celulares.

Os níveis mais baixos de PINK1 nas células masculinas as tornaram mais vulneráveis aos efeitos nocivos do estresse mitocondrial. Quando as células foram expostas a toxinas que induzem disfunção mitocondrial, as células masculinas apresentaram maior morte celular e maior acúmulo de proteínas tóxicas associadas à doença de Parkinson em comparação com as células femininas.
Essas descobertas sugerem que a redução dos níveis de PINK1 nas células masculinas pode ser um fator chave que contribui para o aumento do risco de desenvolver a doença de Parkinson. A compreensão desse mecanismo molecular pode abrir novos caminhos para o desenvolvimento de terapias direcionadas para homens que são geneticamente predispostos à doença.
Além da PINK1, os pesquisadores também investigaram outros fatores que podem contribuir para a diferença sexual no risco da doença de Parkinson. Eles descobriram que os hormônios sexuais, como o estrogênio, podem desempenhar um papel protetor nas mulheres, reduzindo a suscetibilidade ao estresse mitocondrial e à neuroinflamação.
No geral, este estudo fornece informações valiosas sobre os mecanismos celulares subjacentes que impulsionam a diferença sexual no risco da doença de Parkinson. Ao identificar fatores específicos que tornam os homens mais vulneráveis à doença, os pesquisadores podem desenvolver estratégias direcionadas para a prevenção e o tratamento da doença de Parkinson em homens.
Mais pesquisas são necessárias para validar essas descobertas e explorar potenciais intervenções terapêuticas. No entanto, este estudo representa um passo significativo na compreensão da complexa interação entre sexo, mitocôndrias e doença de Parkinson.