Rolar pelas redes sociais tem um efeito único no seu corpo

Mulher animada usando redes sociais

Passar horas navegando pelas redes sociais pode parecer uma atividade relaxante, mas uma nova pesquisa sugere que isso pode estar afetando nossos corpos de uma maneira que não percebemos.

Um pequeno estudo com 72 participantes descobriu que o uso passivo das mídias sociais – rolar o feed sem interagir – leva a um aumento da frequência cardíaca e da variabilidade da frequência cardíaca, um indicador da resposta do corpo ao estresse. Curiosamente, interagir com as mídias sociais – postar, comentar ou enviar mensagens – não teve o mesmo efeito.

“Embora as redes sociais possam ser divertidas e uma maneira valiosa de se conectar com outras pessoas, é importante estar ciente de como isso pode estar afetando nosso corpo”, diz David Giarola, fisiologista do exercício da Universidade de Tilburg, na Holanda, e principal autor do estudo.

“Nossos resultados sugerem que o uso passivo das mídias sociais pode levar a um aumento na resposta ao estresse, o que pode ter implicações negativas para a saúde a longo prazo, se feito com muita frequência”, completa Giarola.

Estudos anteriores já haviam demonstrado os efeitos negativos do uso excessivo das redes sociais na saúde mental, incluindo aumento da ansiedade, depressão e solidão. No entanto, poucos estudos investigaram o impacto fisiológico do uso das mídias sociais.

Para este estudo, os pesquisadores monitoraram a frequência cardíaca e a variabilidade da frequência cardíaca dos participantes enquanto eles usavam as redes sociais por 30 minutos. Os participantes foram divididos em três grupos: um grupo que usou as redes sociais passivamente, um grupo que usou as redes sociais interativamente e um grupo de controle que não usou as redes sociais.

Pessoa usando o celular

Os resultados mostraram que os participantes do grupo de uso passivo apresentaram um aumento significativo na frequência cardíaca e uma diminuição na variabilidade da frequência cardíaca, em comparação com os outros dois grupos. Esses achados sugerem que o uso passivo das redes sociais pode ativar o sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de “luta ou fuga” do corpo ao estresse.

Os pesquisadores acreditam que esse aumento na resposta ao estresse pode ser devido à natureza passiva do uso das redes sociais. Quando estamos rolando passivamente pelo feed, somos constantemente bombardeados com informações e imagens, o que pode ser estimulante e estressante para o cérebro. Além disso, o uso passivo das redes sociais pode levar a sentimentos de inveja, comparação social e inadequação, o que também pode contribuir para o aumento do estresse.

Por outro lado, a interação com as redes sociais pode ser menos estressante porque nos permite controlar o fluxo de informações e nos conectar com outras pessoas de forma mais ativa. A interação pode proporcionar um senso de comunidade e pertencimento, o que pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o bem-estar.

Os pesquisadores enfatizam que este é um pequeno estudo e mais pesquisas são necessárias para confirmar esses resultados. No entanto, os achados sugerem que é importante estar ciente de como estamos usando as redes sociais e tomar medidas para minimizar os potenciais efeitos negativos na nossa saúde.

Algumas dicas para um uso mais saudável das redes sociais incluem:

  • Limitar o tempo gasto rolando passivamente pelo feed.
  • Interagir ativamente com as redes sociais, postando, comentando e enviando mensagens.
  • Seguir contas que promovam conteúdo positivo e inspirador.
  • Fazer pausas regulares do uso das redes sociais.
  • Concentrar-se em atividades do mundo real que tragam alegria e satisfação.
  • Estar consciente dos seus sentimentos e emoções enquanto usa as redes sociais. Se você estiver se sentindo ansioso, deprimido ou inadequado, faça uma pausa e procure ajuda profissional se necessário.

Ao adotar hábitos mais conscientes em relação ao uso das redes sociais, podemos aproveitar os benefícios da conexão online sem comprometer nosso bem-estar físico e mental.

A pesquisa foi publicada no jornal Computers in Human Behavior.

Este artigo foi republicado de ScienceAlert sob uma licença Creative Commons.